A Viajante Interdimensional
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A Viajante Interdimensional - Edomberto Freitas Alves Rodrigues
A viajante interdimensional
Edomberto Freitas Alves Rodrigues
Clube de Autores (Independente)
O autor
Edomberto Freitas Alves Rodrigues. Formado em História pela UFMG e Filosofia pela PUC-MG. Professor de história em BH e Betim. Pesquisador de espiritualidade e filosofia. Escreveu a coleção Religare e outros livros espiritualistas. Agora ele traz seu novo romance: A VIAJANTE INTERDIMENSIONAL. Nele, o leitor encontrará várias questões filosóficas e de autoconhecimento. Essa obra não se desconecta das anteriores, pois ainda apresenta as buscas e pesquisas espiritualistas do autor.
Capa: Edomberto Freitas
Imagem de fundo:https://br.freepik.com/psd-gratuitas/projeto-abstrato-do-fundo_1055773.htm>Imagem de ydlabs no Freepik
Sumário
Introdução
O despertar
Minha primeira jornada
A dimensão de Atlântida
A cidade submersa
A civilização primitiva
Seres sem emoção?
O planeta de duas faces
O mundo dos autômatos
Os seres de pura energia
O nascimento da
autoconsciência
Esclarecimentos
Visitando os ETs
Visitando Sirius
Vivendo em um mundo estremo
A grande revelação
Bem-vindo, caro leitor, a uma jornada além dos limites do conhecido, um convite para explorar os vastos e misteriosos reinos do universo. Este livro não é apenas uma coleção de palavras, mas uma porta aberta para mundos inimagináveis, uma viagem através de dimensões e civilizações que desafiam nossa compreensão da realidade.
Em cada página, você encontrará relatos de minhas viagens extraordinárias, guiada pelo meu mentor espiritual, Anael, enquanto desbravamos juntos as profundezas do cosmos. Com cada civilização que visitamos e cada diálogo que compartilhamos, descortinamos mais um véu que esconde os segredos do universo, nos aproximando de respostas para algumas das perguntas mais enigmáticas da existência.
Esta narrativa é um convite para que você expanda sua mente e seu coração, para explorar possibilidades além das fronteiras da lógica e da ciência convencionais. É uma oportunidade para refletir sobre a natureza da vida, do espírito e do infinito.
Abrace esta viagem com a mente aberta e o coração disposto a receber as maravilhas e mistérios que se desdobrarão diante de você. Que cada palavra inspire e ilumine seu caminho, e que você retorne desta jornada transformado, com novas perspectivas e um profundo senso de admiração pelo universo que compartilhamos.
Com amor e luz, embarquemos juntos nesta extraordinária aventura.
Elaine.
Abertura capítulo 01.jpgO despertar
Meu nome é Eliana, e sou uma filha de Ouro Preto, essa cidade histórica encravada nas montanhas de Minas Gerais. Desde que me entendo por gente, sempre fui fascinada pelo místico e pelo inexplicável. Foi aos quinze anos, numa tarde chuvosa, que encontrei pela primeira vez um exemplar do livro Viagens Além do Universo
de Robert Monroe em uma pequena livraria perto da minha casa. Aquelas páginas abriram para mim portas que nunca soube que existiam.
Minha vida em Ouro Preto sempre foi uma mistura de tradição e imaginação. Caminhando pelas ruas de pedra, cercada por igrejas barrocas e casarões antigos, minha mente frequentemente viajava para além das montanhas que cercam minha cidade. À noite, eu me deitava olhando para o céu estrelado através das janelas de madeira do meu quarto, meu coração pulsando com a possibilidade de mundos além do nosso.
Com o tempo, meu interesse por estados alterados de consciência e viagens astrais só cresceu. Transformei minha casa em um santuário dessas buscas, com livros esotéricos empilhados em cada canto, cristais dispersos em prateleiras e um mapa astral sempre atualizado pendurado na parede do meu quarto.
Foi numa noite de céu particularmente límpido que senti algo diferente. Sentada na minha poltrona, com as pernas cruzadas e o livro de Monroe repousando no meu colo, fechei os olhos para meditar. E então, algo inesperado aconteceu.
Senti meu corpo leve, como se estivesse flutuando. Hesitante, abri os olhos e para minha surpresa, vi meu próprio corpo ainda sentado na poltrona. Eu estava, de alguma forma, fora dele. Ali, no silêncio da minha sala, com as paredes cobertas de tramas coloridas e velas tremulando suavemente, eu havia dado meu primeiro passo em uma jornada que iria transformar tudo o que sabia sobre a realidade.
Ao iniciar minha jornada além do corpo físico, sabia que precisava de um guia, alguém que conhecesse os caminhos invisíveis que eu estava prestes a trilhar. Foi então que Mestre Anael se apresentou a mim. Não sei dizer se ele veio em sonho ou em uma visão durante minha meditação, mas sua presença era inconfundível.
Mestre Anael, com seus olhos profundos e tranquilos, tinha uma aura que irradiava sabedoria e paz. Ele falava com uma voz que parecia ressoar não apenas ao meu redor, mas dentro de mim, tocando minha alma. Ele se apresentou como um viajante de dimensões, um conhecedor dos caminhos entre mundos e realidades.
— Estou aqui para te guiar, Eliana — ele disse com um sorriso gentil — mas lembre-se, cada passo nesta jornada é seu e somente seu. Eu posso mostrar os caminhos, mas você deve escolher por onde andar e o que descobrir.
Desde então, Mestre Anael se tornou meu mentor e guia. Através de suas orientações, aprendi a navegar pelas correntes invisíveis do universo, explorando realidades além da compreensão humana comum. Com ele, eu não apenas viajei; eu cresci, aprendi, e acima de tudo, entendi que o universo é muito mais vasto e maravilhoso do que jamais poderia imaginar.
***
Mestre Anael, em uma de nossas primeiras sessões, desenhou para mim um mapa que mais parecia uma obra de arte cósmica. Ele explicou que o universo é composto por sete anéis, ou vortices, cada um contendo sete dimensões energéticas distintas.
— Imagine cada anel como uma espiral de energia, e cada espiral abriga mundos com características únicas e habitantes singulares — ele disse com uma voz que parecia pintar o próprio universo diante de meus olhos.
— O primeiro anel — explicou ele — é o mais próximo da nossa realidade física. As energias aqui são densas, e as dimensões se assemelham em muitos aspectos ao nosso mundo, mas com sutis diferenças. À medida que avançamos para os anéis subsequentes, as energias se tornam mais refinadas, mais etéreas, e os mundos encontrados ali são cada vez mais diversos e inimagináveis para a mente humana comum.
— Cada dimensão dentro desses anéis possui suas próprias vibrações energéticas. Essas vibrações determinam não apenas a natureza da realidade ali encontrada, mas também as formas de vida e as leis que regem cada dimensão. Em algumas dimensões, você pode encontrar seres de luz e energia pura, enquanto em outras, as formas de vida podem ser completamente desconhecidas para você — continuou Mestre Anael.
Ele me alertou que cada dimensão apresenta seus próprios desafios e lições. Algumas podem ser pacíficas e cheias de sabedoria, enquanto outras podem ser turbulentas e desafiadoras.
— A jornada através destes anéis é tanto uma exploração do universo quanto uma jornada interior — ele disse com um sorriso enigmático — Cada dimensão reflete aspectos diferentes do ser e oferece oportunidades únicas para o crescimento e a compreensão.
Com esse mapa em mente, eu sabia que estava prestes a embarcar numa aventura que iria transformar não apenas minha percepção do universo, mas também de mim mesma. Cada anel, cada dimensão seria uma página em branco, esperando para ser descoberta e compreendida.
Enquanto eu me aprofundava nas lições com Mestre Anael, ele me revelou algo que expandiu ainda mais minha compreensão do universo.
— Acima dos sete vórtices que te descrevi — ele começou com uma voz cheia de mistério — existem dimensões que estão além do nosso alcance. São planos de existência tão elevados que ultrapassam a nossa capacidade de compreensão.
Fiquei fascinada e um pouco atordoada com essa ideia. Imaginar que havia ainda mais, além dos complexos anéis de dimensões que ele já havia explicado, era quase inacreditável.
— Essas dimensões superiores — continuou Mestre Anael — operam em níveis de consciência e energia que são quase inimagináveis para nós. Lá, as formas de existência podem ser tão avançadas que desafiam qualquer tentativa de descrição.
Então, ele compartilhou algo ainda mais surpreendente.
— Eu nunca acessei esses planos diretamente, mas seres dessas dimensões mais elevadas já se comunicaram comigo — Sua voz tinha um tom de reverência — Eles são entidades de uma sabedoria e amor incomensuráveis, orientando o desenvolvimento das dimensões mais baixas, como a nossa.
Intrigada, perguntei:
— Eles se comunicam como nós? Com palavras?
Mestre Anael balançou a cabeça suavemente.
— Não, eles usam um modo de comunicação que vai além da linguagem. Eles transmitem pensamentos e sentimentos através de vibrações puras, como melodias que falam diretamente à alma, revelando verdades profundas.
Essa revelação abriu um novo universo de possibilidades para mim. Perguntei-me se, em algum ponto da minha jornada, eu seria capaz de compreender e talvez até acessar esses planos superiores. Por enquanto, sabia que tinha um vasto caminho a percorrer explorando os sete anéis. Mas a mera existência de dimensões repletas de amor e sabedoria tão avançadas enchia meu coração de esperança e um desejo ardente de descobrir mais.
Abertura capítulo 02.jpgMinha primeira jornada
Me preparei para minha primeira jornada além da experiência humana com uma mistura de excitação e nervosismo. Mestre Anael me guiou através de uma meditação profunda, e logo me vi flutuando para fora do meu corpo, atravessando camadas de realidade até chegar a um anel que parecia existir fora do tempo e do espaço como os conhecemos.
Ao chegar lá, fui recebida por um ser que era diferente de tudo que eu poderia imaginar. Ele não possuía uma forma humana ou mesmo uma forma física no sentido tradicional. Era uma entidade de luz e energia, pulsando em cores e padrões que pareciam comunicar pensamentos e emoções.
Seu nome, ele me transmitiu através de uma série de vibrações harmoniosas, era Lysarion. Lysarion nunca foi humano, mas possuía uma compreensão profunda da condição humana. Ele me levou numa jornada por sua dimensão, um lugar de beleza indescritível, onde as leis da física da Terra não se aplicavam. As cores eram mais vivas, a paisagem era formada por formas geométricas que mudavam constantemente, e a própria energia do ambiente parecia estar viva, respondendo aos nossos pensamentos e sentimentos.
Lysarion me mostrou como em sua dimensão, a comunicação acontecia através de trocas de energia, e como eles vivenciavam a vida de uma maneira que era ao mesmo tempo profundamente conectada e harmoniosa. Ele explicou que sua sociedade não era baseada em necessidades físicas ou emocionais, mas sim em um constante fluxo de crescimento espiritual e conexão cósmica.
Enquanto navegávamos por esse reino etéreo, comecei a entender como a existência pode variar imensamente e como as formas de vida podem se adaptar a diferentes realidades. Foi uma experiência que desafiou todas as minhas crenças e expandiu minha compreensão do que é possível no vasto universo.
Ao retornar ao meu corpo, senti uma profunda gratidão e uma nova perspectiva sobre a vida. Esta viagem foi apenas o começo de minhas aventuras interdimensionais, e eu sabia que cada nova jornada me traria mais conhecimento e entendimento sobre as maravilhas do cosmos.
***
Durante minha próxima saída do corpo, Mestre Anael me surpreendeu com uma missão inesperada.
— Eliana — ele começou — sua próxima jornada será única. Você será a guia de Lysarion em uma expedição ao mundo humano. Seu papel será apresentar a ele nossa forma de vida, nossas emoções, culturas e complexidades.
Fiquei atônita. A ideia de trazer um ser de uma dimensão tão diferente para o nosso mundo era ao mesmo tempo empolgante e intimidadora.
— Como isso será possível, Mestre Anael? Lysarion poderá realmente compreender nossa realidade? — perguntei.
— Será um desafio para ambos — ele respondeu com um sorriso enigmático — Mas é uma oportunidade extraordinária para promover um entendimento mais profundo entre as dimensões. Lysarion já tem um conhecimento básico sobre os seres humanos, mas vivenciar diretamente nossa existência trará uma perspectiva totalmente nova para ele.
Preparando-me para esta tarefa incomum, meditei sobre como apresentar a complexidade da vida humana a um ser que nunca experimentou necessidades físicas ou emoções da maneira como as conhecemos. Decidi começar com os aspectos mais básicos - nossa conexão com a natureza, a diversidade das culturas, a arte, a música, e claro, as interações humanas cotidianas.
Quando Lysarion chegou, sua forma etérea se manifestou de uma maneira que pudesse interagir com o nosso mundo. Sua curiosidade era palpável, e eu senti a responsabilidade de ser uma boa embaixadora da humanidade.
Levei Lysarion para caminhar em uma floresta, observar a vida cotidiana em uma cidade movimentada, e até assistir a uma apresentação de música ao vivo. Ele estava fascinado, especialmente com as emoções que a música despertava nas pessoas.
Durante nossa jornada, Lysarion fez inúmeras perguntas, buscando entender não apenas as ações dos seres humanos, mas também os sentimentos e pensamentos por trás delas. Expliquei a ele sobre amor, alegria, tristeza, e medo. Falei sobre como nossas emoções nos guiam, nos confundem e nos enriquecem.
Uma das primeiras coisas que eu senti que precisava explicar a Lysarion era o nosso instinto de sobrevivência. Para ele, que existia em um estado de consciência pura sem necessidades físicas, o conceito era estranho e difícil de compreender.
— Nossa existência — expliquei — depende de energia que obtemos de fontes externas, principalmente através do consumo de alimentos.
Percebendo que palavras não seriam suficientes para transmitir completamente essa realidade, decidi mostrar a ele uma parte crua e inegável da vida humana: um matadouro de bois. Era importante que ele entendesse todas as facetas da existência humana, incluindo aquelas que nós mesmos muitas vezes encontramos desconfortáveis ou dolorosas.
Ao chegarmos, o som, o cheiro e a visão do matadouro eram avassaladores. Lysarion, apesar de não ter um corpo físico ou emoções no sentido humano, parecia absorver a intensidade do ambiente. Ele observou em silêncio, sua forma de energia pulsando levemente em resposta ao que testemunhava.
Ao sairmos, Lysarion expressou uma espécie de tristeza e choque.
— É surpreendente — ele disse — como a sobrevivência pode exigir tais ações. A complexidade dos sistemas que vocês construíram para sustentar suas vidas é impressionante, mas também revela conflitos profundos.
Essa experiência no matadouro foi um momento de reflexão para ambos. Para Lysarion, foi um vislumbre da brutalidade e da necessidade que podem acompanhar a existência física. Para mim, foi um lembrete da realidade muitas vezes desconfortável de nossa relação com outros seres vivos e do impacto que temos sobre eles.
A visita ao matadouro abriu caminho para discussões mais profundas sobre ética, sustentabilidade e a complexidade das escolhas humanas. Mostrou a Lysarion uma faceta fundamental da condição humana - nossa luta constante para equilibrar sobrevivência, compaixão e coexistência no planeta.
Após a visita ao matadouro, senti que era crucial abordar outro aspecto fundamental da experiência humana: o instinto sexual. Para Lysarion, a reprodução humana e o papel do desejo sexual eram conceitos completamente alienígenas.
— Em nossa forma de existência — ele comentou — não há necessidade de fazer cópias de nós mesmos
, como vocês fazem. É intrigante.
Decidi que a melhor maneira de ilustrar esse aspecto da humanidade era através da arte e da história. Levei Lysarion a museus onde pudemos ver representações da sexualidade humana ao longo dos tempos, desde artefatos da antiguidade até a arte contemporânea. Expliquei como a sexualidade não era apenas uma função biológica para reprodução, mas também um aspecto crucial das relações humanas, carregado de significados emocionais e culturais.
— O instinto sexual — expliquei — é uma força poderosa que influencia grande parte de nosso comportamento, nossas artes, e até nossas sociedades. Ele molda a forma como nos relacionamos uns com os outros, como expressamos amor, desejo, e até como construímos nossas identidades.
Lysarion observou tudo com uma curiosidade intensa, mas desprovida de julgamento. Ele estava particularmente fascinado pelas narrativas e mitologias em torno do amor e do desejo, percebendo como esses temas são universais, mas ao mesmo tempo únicos para a condição humana.
— É extraordinário — ele refletiu — como vocês estão intrinsecamente ligados a esses instintos e como eles formam uma parte tão significativa de suas experiências e expressões.
Ao final dessa explanação, senti que Lysarion tinha uma compreensão mais profunda não só das necessidades físicas humanas, mas também das complexidades emocionais e culturais que nos envolvem. Mostrar essas dimensões da vida humana para ele foi uma experiência reveladora, não apenas para Lysarion, mas também para mim, pois me fez refletir sobre aspectos da minha própria humanidade que muitas vezes passam despercebidos ou são mal compreendidos.
Após explorar os instintos básicos de sobrevivência e sexualidade, percebi que era hora de abordar outro aspecto crucial da vida humana: o papel do dinheiro e do trabalho. Para Lysarion, que existia em uma realidade onde necessidades materiais e desejos pessoais eram conceitos irrelevantes, esse era um território ainda mais difícil de compreender.
— Veja, Lysarion — comecei — para muitos de nós, grande parte da vida é gasta na busca por recursos monetários. O dinheiro é necessário para obter comida, abrigo, e até mesmo para facilitar relações sociais e sexuais. E para conseguir dinheiro, precisamos trabalhar.
Levei-o a um passeio pelas ruas movimentadas da cidade, observando pessoas em seus locais de trabalho. Mostrei a ele desde escritórios corporativos até pequenos comércios, explicando as diferentes formas de trabalho e como elas se relacionam com a estrutura econômica e social.
— Mas por que vocês precisam de dinheiro para essas coisas básicas? — Lysarion perguntou — Em nossa dimensão, as